Diretora Médica da Quality Global Alliance (QGA), maior acreditadora da América Latina, comenta sobre a Acreditação e a busca por sustentabilidade e perenidade nas instituições de saúde
A Acreditação é um processo contínuo e voluntário, em que a instituição de saúde busca enxergar a segurança do paciente como uma prioridade dentro dos processos, garantindo mais qualidade aos envolvidos. A Quality Global Alliance (QGA), maior acreditadora da América Latina, analisa especificamente o envolvimento do paciente e familiares, desde o planejamento até a execução do cuidado.
Segundo a diretora técnica da QGA, Dra. Melissa Morais, as Acreditações de segurança têm um papel definido para as instituições: entender o desenho dos processos e os riscos existentes nas clínicas e hospitais: “Alguns riscos são mitigados, mas outros vão continuar existindo. Porém, sabendo que os riscos existem, a gente desenvolve etapas para atuar precocemente quando um evento adverso acontece”, explica. Continua, expondo que quando a gente olha para o processo, entende a segurança e capacita as pessoas para que saibam o papel dentro de cada etapa, buscando maior segurança e qualidade – é possível entregar um cuidado melhor para quem presta e para quem recebe o cuidado.
Ainda de acordo com a diretora, dentro do Qmentum, são utilizados padrões que observam a estruturação do serviço, ou seja, padrões iniciais da organização, até o resultado final: “Muitas pessoas acham que a Acreditação só analisa o resultado, mas não é assim que funciona. O resultado, de fato, é a parte final da equação, mas primeiro é preciso se preparar adequadamente, criar uma estrutura, para que o serviço seja mais seguro e garanta uma assistência com mais qualidade, tendo um melhor”, afirma.
Pilares para qualidade
No Qmentum, metodologia utilizada pela QGA, existem três pilares determinantes para garantir a qualidade ideal para os serviços do sistema de saúde:
1. Gestão
É a instituição em si. Os líderes da organização precisam se atentar aos processos e perceber o que pode ser mudado para garantir mais segurança.
2. Time Assistencial
Os profissionais de saúde, que exercem o trabalho na linha de frente, também são importantes. Se esse grupo não sabe o papel que desempenha a função de maneira correta, o serviço de qualidade não chega para os usuários da instituição, ou seja, os pacientes.
3. Avaliação do Resultado
Aqui, existem fatores que determinam essa avaliação, entre eles, o paciente. Não basta apenas seguir os padrões corretamente e não analisar se eles estão sendo refletidos em algo positivo: “Quem sabe algum dia a gente não traga o paciente para a mesa de discussões para avaliar a prestação do serviço. Isso seria o ideal”, reflete a diretora.
Além disso, as mudanças na área da saúde ocorrem diariamente e são efervescentes. Apesar disso, Morais acredita que essas transformações levam as instituições de saúde de encontro à Acreditação.
“Hoje, a gente tem um escassez de recurso maior, mais exigência do usuário do serviço e uma concorrência muito grande entre os diferentes serviços. A Acreditação promove a diferenciação do serviço que busca a qualidade e segurança, enquanto estratégia e olhar para a certificação como uma ferramenta. Por meio dela é capaz de garantir sustentabilidade e perenidade nos serviços. Assim, se algo acontecer repentinamente, as instituições já vão estar preparadas para alterar a rota sem problemas com os processos de qualidade e segurança”, finaliza.