Diretora técnica da Quality Global Alliance (QGA), Dra. Melissa Morais, mostra como a Acreditação é importante para o desenvolvimento de uma gravidez segura
A maternidade é uma área da saúde que exige um cuidado muito grande dos profissionais, por se tratar de um momento delicado da vida, tanto para a mãe, quanto para o bebê. E essa preocupação deve ser de todos os profissionais e envolvidos no processo da gravidez até o parto.
Dra. Melissa Morais, diretora técnica da Quality Global Alliance (QGA), maior acreditadora de instituições de saúde da América Latina, conta que, muitas vezes, os centros de maternidade possuem um olhar separado da mãe e do bebê: “O grande foco deve ser o que chamamos na área técnica da saúde como binômio, ou seja, a mãe e o bebê. Às vezes, pode ocorrer de as instituições terem um olhar separado entre a equipe de ginecologia que olha a mãe e outro para a equipe de pediatria que olha o bebê, mas só depois que nasce”, enfatiza.
Ainda de acordo com a diretora técnica, a assistência materno-infantil e os serviços de maternidade em hospitais tem muito a ganhar com os processos de Acreditação. No processo de Acreditação existem três pilares pré-definidos: o primeiro é da gestão que é a instituição em si. O segundo grupo compreende os funcionários na linha de frente, ou seja, os profissionais que estão na parte assistencial do processo. Por fim, destaca-se a avaliação do resultado, na qual os pacientes, neste caso, a mãe e o bebê, são uma das fontes para essa avaliação de resultado.
Segundo Morais, a área obstétrica é impactada pela Acreditação quando o foco é a maternidade. Dentro desse escopo, existe a perfilização do atendimento, pensando nas necessidades específicas. Reconhece-se que é preciso ter protocolos de atendimento e um olhar diferenciado para a gestação durante a gravidez, no parto e após o nascimento do bebê: “Existem riscos que precisam ser avaliados no momento da maternidade e a Acreditação pode ajudar a mitigá-los e entender quais são as necessidades de preparo para trabalhar, prevenir problemas e agir de maneira rápida quando esse problema hipotético surge”, afirma.
Para finalizar, a diretora técnica explica que os processos de qualidade devem estar conectados à experiência dos pacientes: “Quando falamos de experiência, a gente fala de todos os protocolos que já estão desenhados: contato pele a pele na primeira hora, estímulo de amamentação, colocar a vontade da mãe neste momento como algo relevante; admitir acompanhantes, olhar para as mudanças, entre outros casos. Muitas vezes, o momento do nascimento pode ser encarado como algo que não precisa ter o mesmo critério na hora de prestar os serviços”, explica.
“É sempre preciso trazer a reflexão de que, embora seja um parto, tem risco como de infecção. Por isso, é preciso colocar na balança e equilibrar esse momento, que é festivo, com os processos de qualidade e segurança. Esse é o desafio: entender o desejo da mãe e dos familiares com a necessidade de seguir os protocolos e fazer com que os processos ocorram da maneira correta”.